4 de julho de 2011

O Vaso de porcelana

O grande mestre e o guardião dividiam a administração de um mosteiro.
Certo dia, o guardião morreu e foi preciso substituí-lo. O grande mestre reuniu todos os discípulos para escolher quem teria a honra de trabalhar diretamente ao seu lado.

-Vou apresentar-lhes um problema - disse o grande mestre.

-Aquele que o resolver primeiro será o novo guardião do templo.

Terminado o seu curtíssimo discurso, colocou um banquinho no centro da sala. Em cima estava um vaso de porcelana caríssimo, com uma rosa vermelha a enfeitá-lo.

-Eis o problema - disse o grande mestre.

Os discípulos comtemplavam, perplexos, o que viam: os desenhos sofisticados e raros da porcelana, a frescura e a elegância da flor. O que representava aquilo? O que fazer? Qual seria o enigma? Depois de alguns minutos, um dos discípulos levantou-se, olhou o mestre e os alunos à sua volta. Depois, caminhou resolutamente até o vaso e atirou-o no chão, destruindo-o.

-Você é o novo guardião - disse o grande mestre ao aluno.

Assim que ele voltou ao seu lugar, explicou:

-Eu fui bem claro: disse que vocês estavam diante de um problema. Não importa quão belo e fascinante o problema seja; ele tem de ser eliminado.

Um problema é um problema; pode ser um vaso de porcelana muito raro, um lindo amor que já não faz mais sentido, um caminho que precisa ser abandonado, mas que insistimos em percorrê-lo porque nos traz conforto. Só existe uma maneira de lidar com um problema: atacando-o de frente. Nessas horas, não se pode ter piedade nem ser tentado pelo lado fascinante que qualquer conflito carrega consigo.


Autor desconhecido

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