29 de julho de 2008

A Roda

A Roda
Saul Brandalise Jr.


Existem pessoas que querem reinventar a roda. Outras, simplesmente procuram colocá-la em movimento.

Os primeiros se acham eruditos. Cuidam da aparência externa.
Gostam de viver em sociedade e acham que a vida aqui começa e aqui termina.

Os segundos simplesmente não se acham. O Ego está em segundo plano. Não há tempo para pensar nele.
Viver a vida plena de sabedoria é mais importante do que a aparência.

Os primeiros planejam chegar tarde para serem “notados”.
Mal sabem as conseqüências em suas vidas da energia do atraso...

Os segundos cumprem horário. Sabem a importância de estarem sempre no aqui e no agora.
Corretos em seu tempo e no que fazem com ele.

Os primeiros perdem seu tempo divagando em teorias que nada agregam.
Se fossem uma sopa, seria de letrinhas...
Os segundos simplesmente aplicam em suas vidas o básico e assim se tornam práticos, alegres e felizes.
Viver uma vida sem se preocupar em ser mais do que precisa torna-a limpa, cristalina e saudável.

Os primeiros se tornam fanáticos em tudo.
Em suas crenças, em seus objetivos em sua eterna complexidade de movimentos.
Os segundos são abertos. Nada lhes tira a capacidade de aprender.
De estar lúcidos para o novo e desta maneira sentirem-se sempre em “estado de evolução permanente”.

Os primeiros são difíceis de serem tidos como companhia. São os chamados “Professores de Deus”.
Os segundos são sábios e buscam sempre aprender.
Sabem que cada ser humano à sua volta é um verdadeiro professor.
Alguns de métodos e qualidade. Outros simplesmente de como não se faz.

Os primeiros são ocos. Popularmente conhecidos como “gangorras”.
Quando chegam e sentam, os demais levantam. É um peso enorme escutá-los.
Os segundos, ao contrário, os queremos por perto porque sempre estão agregando valor à nossa vida com a sua sabedoria, com seus ensinamentos e com o respeito com que nos tratam.

Já temos vários exemplos para podermos analisar, entender e aprender com a vida que praticamos.
Muitos de nós já nos demos conta de que às vezes somos apenas coadjuvantes de uma grande peça teatral.
Mas, de que vale tudo isso se o teatro é passageiro e nós precisamos efetivamente rodar,
andar e seguir em frente com a simplicidade de uma roda?

Nada que seja parecido com teatro tem base suficiente para ser duradouro.
O que somos efetivamente é o que vai rodar a nossa vida.

Nada que esteja nos sendo imposto, não importa por quem, familiares, religiões, partidos,
será a razão de nossas alegrias.

O combustível que vai rodar a sua vida é exatamente aquele que está aconchegado em sua mente.
Saiba escolher suas verdades, pois é com elas que irá trilhar a sua caminhada na busca de sua LUZ interior.

Rodar não significa estarmos no topo em um determinado momento
e logo em seguida descermos ao fundo do poço.
Não é este o sentido de uma roda em movimento.

Se analisarmos as nossas emoções com sabedoria e as controlarmos de maneira adequada,
tenderemos a nos manter no topo de nossa roda, por paradoxal que isso possa parecer.

É preciso mais sabedoria do que dinheiro no bolso para se ter uma vida plena de felicidade.

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